Minimalismo

Nesse período haviam várias coisas acontecendo no mundo, entre elas um dos piores antagonismos: a pregação da paz e amor através do movimento hippie, e ao mesmo tempo a guerra do Vietnã, que matava centenas de pessoas. Foi nessa época que surgiu o Festival de Woodstock, onde marcava presença os artistas Janis Joplin e Jimi Hendrix. Em 1977 morre Elvis Presley. No Brasil o que se ouvia era Os Mutantes, A cor do Som, Novos Baianos, Made in Brazil e Casa das Máquinas. Devido ao Regime Militar, surge a Tropicália. Em meio a tudo isso, os Festivais de Música da rede de televisão Record. Houve a Copa do Mundo de 70, sediada no México, onde o Brasil conquistou seu tricampeonato.
Também nesse período houve grande avanço da Guerra Fria entre os países desenvolvidos, o que colocava o mundo num grande furor. Para compensar as coisas ruins, o mundo acompanhou com grande expectativa e orgulho, a chegada do homem à Lua. No campo das ciências, foi lançado pela Intel, o primeiro microprocessador do mundo: o Intel 4004.
O general Ernest Geisel assume a presidência do Brasil em 1974. Nesse mesmo ano Richard Nixon renuncia a presidência dos Estados Unidos após o caso Watergate. A China ingressa na ONU, e Margareth Thatcher se torna a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira Ministra Britânica da história.
Crise mundial do petróleo faz o barril aumentar seu preço em 300%. Inicia-se o projeto Eurotúnel e lançamento do primeiro Airbus. O Brasil vive a fase do “Milagre Econômico”.
O minimalismo surgiu em um período de movimentos alternativos contra o sistema, dentre eles o hippie como já citado anteriormente, o movimento feminista e o movimento pelos direitos dos negros, liderado por Martin Luther King.
Esse termo, minimalismo, se originou a partir do título de um ensaio escrito pelo filósofo britânico Richard Wollheim, em 1965. Esse ensaio abordava uma reflexão sobre o mínimo de esforço despendido pelos artistas que ele conhecia. Era aplicada sobretudo a um grupo de escultores americanos da cidade de Nova York na década de 1960, que criavam objetos simplificados onde não havia tentativa de representação ou de alguma ilusão. Dentre os principais artistas desse período estão: Carl Andre, Dan Flavin, Donald Judd, Sol Lewitt e Robert Morris.
Morris inicia um curso de história da arte no Hunter College em 1962, após quatro anos de sua primeira mostra individual. Em 1963 Flavin começa e usar a iluminação fluorescente como seu principal meio de expressão artística. 1964 Judd começa a fazer experiências com um material novo: o acrílico colorido, que se torna uma de suas marcas registradas. No ano seguinte ele publica um ensaio sob o título “Objetos Específicos” no Arts Yearbook 8, propondo uma nova teoria minimalista. Em 1965 Richard Wollheilm se apossa do termo minimalista. “Notas sobre esculturas 1-3” é publicado por Morris em 1966 na revista Artforum, tentando definir esse novo conceito. Dois anos depois ele cria “Vapor” uma das primeiras obras de Land Art, usando transparência do vapor para criar uma sensação de desmaterialização. No ano de 1969 Judd expõe “Sem Título” e Andre cria “Plano em aço e zinco”. Após um ano a obra de André se torna o centro de uma importante exposição no Museu Guggenheim. No ano de 1971 a mostra “Corpoespaçomovimentocoisas” de Morris, causa grande sensação e encerra antes do previsto por excesso de lotação. No ano de 1975 para enfatizar a mutabilidade e o sentimento de provisoriabilidade, LeWitt usa um giz para criar o mural “Desenho de parede n° 260”, obra que provavelmente pode ter influenciado o arquiteto brasileiro Marcio Kogan, no desenho de seu escritório, o Studio MK27, que tem uma lousa na fachada.
O modo de pintar dos artistas Reinhardt e Frank Stella com suas “pinturas negras”, totalmente abstratas compostas por tiras negras separadas por finas faixas de tela sem pintura, abriram caminho para os escultores. Essas pinturas não possuíam nenhum significado secreto ou mesmo uma hierarquia da composição, muito menos símbolos ou qualquer referência.


Frank Stella

Os escultores tinham uma preferência por materiais e métodos que permitissem uma produção em massa, como por exemplo, o alumínio, vigas de madeira, plexiglas, luzes fluorescentes, aço galvanizado e azulejos de magnésio. Prova concreta dessa produção em massa, era a contratação de operários que produziam as peças de acordo com as especificações dadas pelos artistas.
O interesse pela geometria era demonstrado em obras como a Sem Título de Judd, que consistia em 12 caixas de ferro de mesmo tamanho afixadas na parede a exatamente 23 cm de distância uma da outra. Ele dizia que ela não provocava qualquer reação emocional em quem a visse. O objetivo é ser destaque sem precisar do observador para complementar.
Donald Judd

Mas isso não era uma regra, houve na época um debate sobre o que era percebido como uma teatralidade. O crítico de arte Clement Greenberg chegou a sugerir que a arte produzida pelo movimento minimalista era vanguardista demais, intelectual demais, não permitindo uma interpretação mais profunda do que simplesmente uma porta, uma mesa, uma folha de papel. A arte minimalista também foi criticada por Michael Fried, que publicou “Arte e objeto”, afirmando que as esculturas minimalistas não eram mais que simples objetos. Ele temia o fim do objeto de arte.
Flavin foi um artista pioneiro no uso de iluminação elétrica como um meio artístico. As obras dele transformavam os ambientes ao criar espaços que brincavam com luz e sombra. Ele criou cantos e corredores de luz que intensificavam esses efeitos.
Dan Flavin

Já LeWitt tinha um estilo que confirmava o caráter de objeto e ao mesmo tempo uma necessidade da presença do observador para que a obra se completasse. Em “Cubo aberto” por exemplo, em que temos o contorno de um cubo de alumínio não completado, convida o observador que o complete em sua mente. Ao enterrar um cubo no jardim de um colecionador holandês, LeWitt propôs um adeus ao minimalismo, e sua obra posterior ajudou o mundo a avançar na direção da desmaterialização do objeto artístico através de uma arte conceitual.
Sol LeWitt

Carl Andre foi um grande ativista do movimento minimalista. Para ele era muito importante o diálogo entre sua obra e o ambiente. Ele constantemente visitava sítios históricos e pré-históricos, como o Stonehenge por exemplo. Sua obra mais famosa “Plano em aço e zinco” consiste em 36 placas, metade em aço e metade em zinco, colocadas lado a lado sobre o chão, forma um quadrado que lembra um tabuleiro de xadrez, explorando as características dos materiais, e do local onde a obra fica exposta. O observador pode caminhar sobre a obra, tornando-se realidade tátil e sendo envolvido por ela. Também reflete uma meditação sobre os materiais modernos utilizados, aqui o aço e o zinco.
Carl Andre



No âmbito musical o minimalismo veio a tona na década de 60 através das músicas dos seus fundadores: La Monte Young, Terry Rilley, Steve Reich e Philip Glass e influenciou muitos outros artistas ecoando em movimentos como New Age, World music etc. O movimento confrontou diretamente com os valores já estabelecidos pela vanguarda, articulando uma revolta radical contra os serialistas. Suas principais características são a repetição, ritmos quase hipnóticos e é frequentemente associada a música eletrônica, psicodélica ou mesmo o punk rock.

O objetivo dos artistas minimalistas era produzir obras simples, que necessitava do mínimo possível de recursos, mas que tivessem um tom de sofisticação e que pudessem ser reproduzidas em massa. Poucas cores eram utilizadas, As formas geométricas se encontram no foco de inspiração desses artistas. Foi um movimento bastante criticado, as obras não eram vistas com valor artístico, mas meras peças de decoração ou mobiliário. O minimalismo tem como característica marcante a elegância, onde menos é mais, o simples como elegante.






Referências: 
Tudo sobre arte.
Apollo 11 40 anos
Sua Pesquisa.com.
Sua Pesquisa.com.
Per Musi – Revista Acadêmica de Música

Brasil Escola

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